Já há algum tempo que venho refletindo sobre minha prática docente, sobre minha vida enquanto professora, enquanto educadora e principalmente enquanto sonhadora. Digo sonhadora, por viver sonhando com uma vida melhor, não só pra mim, mas para meus alunos. E por muitas vezes tenho me questionado sobre meu papel frente a esta mudança. Não sei se já estou cansada, afinal estamos no meio do ano letivo. Ou se estou desacreditando neste futuro melhor. Preciso acreditar que seja a primeira, o cansaço. Afinal é meu primeiro ano como esposa, professora, estudante e MÃE. Esta quádrupla jornada é cansativa!
Por muitas vezes me peguei olhando para minha turma analisando as atitudes de cada um. Uns parecem não saber o porque de estarem ali, ou até sabem, são obrigados pelas mães a irem para escola para não perder o auxílio do bolsa-escola. Digo ir até a escola, pois não vão à aula, vão à escola. Como meros expectadores. Alguns chegam ao absurdo de dormir na sala. Algumas vezes deixei passar, como se não tivesse visto, pois assim poderia dar minha aula mais sossegada, pois não teria estes para atrapalhar os que vieram à aula.
No entanto, acontecimentos como os da semana passada, me fazem mais uma vez, tentar acreditar na minha função. Na minha responsabilidade enquanto educadora-sonhadora. Como relatei anteriormente, fiquei uns dias afastada do trabalho devido ao acidente do meu marido. Quando voltei, encontrei a minha sala de aula, toda enfeitada com trabalhos dos meus alunos. Foi então que uma colega me relatou que a turma havia lhe pedido que decorassem a sala para me receber, pois eu estaria muito triste pelos acontecimentos.
Estes são alguns dos trabalhos:





Todos os trabalhos me tocaram de alguma maneira, até porque cada um fez questão de mostrar e explicar o seu trabalho pra mim. No entanto este ao lado, da borboleta, se destacou dentre os outros, porque foi feito exatamente por um destes alunos que somente frequentam a escola.
Ou seja, nem tudo está tão perdido assim!
2 comentários:
Oi Adri!
Sabemos o quanto é difícil nossa jornada enquanto profissionais da educação e como a escola está necessitando de mudanças urgentes...Espero que possas através das discussões do SI 7, repensar em como mudar esta realidade que por vezes desacreditamos.
Grande abraço,
Vanessa
Adriana querida, nunca está perdido! Só o fato de te questionares mais sobre eles, vais encontrar novas formas de fazer com que eles estejam participando ativamente em aula.
Quem sabe ouvi-los sobre o que gostam não daria mais pistas? Lembro de um aluno que ia as minhas aulas no sábado de manhá com a prancha de surf, para se mandar para a praia logo que acabasse. Claro que ele não prestava atenção em nada e ele já estava nomar. Um dia, estávamos falando de catalisadores, substâncias que aumentam a velocidade de reações químicas e ele, imediatamente, se antenou: o produto que ele usava para consertar pranchas precisava de um catalisador. Pronto, foi o toque para muito estudo e muita busca de informação até que conseguiu catalisadores mais velozes para sua pequena oficina.Foi o momento em que ganhei o aluno.
Um abração
Bea
Postar um comentário