Para iniciar a atividade solicitada do mosaico achei que seria necessário o planejamento de uma aula onde a montagem deste seria o fechamento da aula.
Então iniciamos assistindo o filme “Escritores da liberdade”. O filme se passa em um período em que estourava nas ruas a guerra interracional americana, onde para os jovens de uma escola, conseguir sobreviver o dia a dia da guerra entre as raças no meio da rua, já era um feito muito grande. E é a partir do respeito e a forma de tratar os alunos como nenhum outro professor havia tratado, ou seja, escutando-os como adultos que estavam sendo formandos, que a professora conquista um a um.
Depois de assistir o filme voltamos para sala para discutirmos sobre o que a turma compreendeu da história e que mensagem cada um conseguiu extrair do filme. Qual foi minha surpresa que o debate acabou por ser muito rico de ideias. A conversa tornou-se bem longa, já que cada um queria expressar sua opinião sobre o que havia visto e acabavam por relacionar os acontecimentos do filme com suas vidas reais. O filme trata basicamente sobre conflitos raciais e sociais, nada muito diferente do que vivemos hoje em nosso país, por isso ficou fácil para que os alunos fizessem a correlação da história com a vida real.
Assim falamos sobre a desigualdade social e racial, sobre a descriminação racial sofrida principalmente pelos negros e índios, a inclusão dos índios surgiu de forma natural até por ter seu dia comemorado na mesma semana, assim relembrando fatos ocorridos há pouco tempo, onde pessoas destas raças sofreram agressões físicas de “marginais”. Depois cada um escreveu uma redação relatando sua opinião sobre o filme fazendo referência a suas próprias vidas. No meio da discussão surgiu o assunto da “cor da pele” onde alguns alunos que também estiveram comigo no ano anterior relembraram que eu havia dito em certo momento de uma aula que não existia lápis cor de pele, isto virou um grande debate, pois a maioria não entendia o motivo, já que em seus estojos eles tinham o tal lápis de cor na cor pele. Iniciei solicitando que eles colocassem seus braços em paralelo com os do colega ao lado e me relatassem que cor estavam vendo. Todos falaram suas impressões sempre variando em tons de marrom, claro ou escuro. Após isto solicitei que pegassem o tal lápis cor de pele e encostassem junto aos seus corpos e que me dissessem quem tinha a pele daquela cor. Claro que o espanto foi geral já que ninguém tinha aquele tom de pele. A discussão se estendeu bastante. Acredito que rendeu bons frutos, pois ao menos hoje nenhum aluno mais se refere ao tal lápis cor de pele. Vou ler as produções dos alunos e posteriormente volto para postar algum.
É um filme maravilhoso para trabalhar o tema da desigualdade social e racial, estes que estamos discutindo agora nesta interdisciplina. Só aconselho a verem com alunos do 5º ano em diante, por mostrar cenas de violência, mas nada muito pesado, não se preocupem. E também por ser bastante extenso, são duas horas de filme. Já havia indicado este filme à algumas colegas, mas sempre vale a lembrança. Abaixo coloquei o resumo do filme pra quem se interessar.
Dados sobre o filme: Escritores da Liberdade (Freedom Writers, 2007)
Gênero: Drama
Duração: 123 min
Origem: Alemanha - EUA Estréia - EUA: 05 de Janeiro de 2007
Sinopse: O projeto é baseado no livro "The Freedom Writer's Diaries: How a Teacher and 150 Teens Used Writing to Change Themselves and the World Around Them" (algo como "O Diário dos Escritores da Liberdade: Como uma Professora e 150 Adolescentes Usaram a Escrita para Mudá-los e o Mundo ao seu Redor") escrito pela professora do ensino médio Erin Gruwell e seus alunos. No livro, Gruwell e seus alunos que eram consideráveis impossíveis de alguém ensiná-los algo, saem uma odisséia que mudará suas vidas, abrirá seus olhos para o mundo e os fará crescer em espírito, contra a ignorância, a incompreensão, e as forças negativas em suas vidas. O filme se passa em um período em que estourava nas ruas a guerra interracional americana, onde para os jovens da classe de Gruwell, conseguir sobreviver o dia a dia da guerra entre as raças no meio da rua, já era um feito muito grande. E é a partir do respeito e a forma de tratar os alunos como nenhum outro professor havia tratado, ou seja, escutando-os como adultos que estavam se formando, que ela conquista um a um. Começando pelo estudo do livro "O Diário de Anne Frank" e o Holocausto, os "Freedom Writers" saem em busca de heróis pelo mundo. Enquanto escrevem seus projetos, os alunos saem em busca de se tornarem eles mesmo esses heróis. E pela primeira vez eles poderão experimentar a esperança de que talvez eles possuam a chance de mostrar ao mundo que suas vidas também fazem o diferencial e que eles possuem algo a dizer ao mundo.
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