Na terça-feira desta semana, dia da Educação, participei de um seminário sobre inclusão escolar com uma psicóloga pós-graduada em neurologia e com uma fonoaudióloga que trabalham na APAE no município de Alvorada. Durante o seminário, ouvindo relatos de colegas professoras, pude constatar que este assunto aflige não só a mim, mas a todos que trabalham na educação, seja em escolas publicas ou particulares. Conversamos inicialmente sobre a diferença entre inclusão e interação:

  • A inclusão ocorre quando se busca qualidade para TODAS as pessoas com e sem deficiência.
  • A integração é usada quando se busca qualidade nas estruturas que atendem apenas as pessoas com deficiência consideradas aptas.

A partir daí pensamos no que seria necessário para que o aluno portador de necessidades educacionais especiais fosse efetivamente incluso no ensino regular. Chegamos aos seguintes aspectos a serem considerados para que esta inclusão ocorra de forma eficaz:

  • Uma melhor política educacional
  • Mudança curricular
  • Capacitação profissional
  • Apoio dos pais
  • Infra-estrutura de acesso
  • Aumento de atividades socializadoras
  • Um planejamento dinâmico e flexível

No entanto o mais importante é nos questionar-mos que antes de pensar como ensinar estes alunos é entender como este aluno aprende. Para isso, precisamos buscar informações para que possamos entender quais a necessidades e dificuldades encontradas por estes alunos. Desta forma é estritamente necessária à interação entre a escola, a família e todos envolvidos no atendimento especializado que este aluno recebe fora do ambiente escolar. Assim o professor terá como saber qual a deficiência que este aluno possui as características da sua deficiência e também suas limitações.

A partir daí é que o professor terá condições de buscar recursos para trabalhar com este aluno, partindo assim de que forma e o que ele aprende.

Hoje sabemos que a inclusão torna-se difícil devido a vários fatores:

  • Atitudes negativas em relação à deficiência
  • Custo
  • Acesso
  • Tamanho das turmas
  • Pobreza
  • Descriminação
  • Desinformação por parte da comunidade escolar
  • Carência de recursos financeiros e humanos nas escolas, etc.

No entanto a meu ver o obstáculo mais difícil a ser superado é o que vem sendo colocado pelos profissionais da educação, que tentam de todas as formas fazer com que esta proposta de inclusão não dê certo, fechando seus olhos e cruzando os braços frente a esta realidade. Nota-se isto visivelmente ao constatar que poucas pessoas se escreveram neste seminário, já que haviam outros sobre assuntos mais corriqueiros com alfabetização, jogos matemáticos, recreação, etc.

Infelizmente como a educação é muito desvalorizada em nosso país, o professor acabou por ficar no ultimo degrau desta busca pela inclusão escolar. Primeiro vieram às leis, os banheiros adaptados, as rampas de acesso, os portadores de deficiência e por último nós, os profissionais da educação. Não seria óbvio que fosse o contrário.

Conversando com colegas percebi que nossos anseios e dúvidas se assemelham bastante. Assim como elas também me sinto como uma gota no oceano, tentando fazer a diferença, mas encontrando muitos obstáculos a cada passo que tento dar.

Um comentário:

DENISE RIBEIRO MARTINS disse...

Oi,Adriana.
Acho que, como tu disseste,somos uma gota no oceano,mas de gota em gota podemos encher vários rios e vários rios enchem um oceano, é utopia, talvez, mas se cada um fizer a sua parte, chegaremoslá, e os obstáculos estão aí para nós os superarmos.