7ª semana

Esta foi muito tranquila, mas também muito produtiva. Fiz um planejamento meio tradicional, com textos, cópias, cálculos,... Afinal na próxima semana preciso entregar as notas dos meus alunos para direção da escola. É infelizmente ainda utilizamos esta forma arcaica de expressar a avaliação dos alunos. Digo infelizmente, pois esta vem contra tudo o que acredito na minha prática docente e no meu conceito sobre avaliação e educação. Mas não posso mudar tudo sozinha. No entanto vou brigar para mudar isso na próxima reformulação do Regimento Escolar e no Projeto Político Pedagógico. Nesta semana tive o prazer de receber a visita do professor Nestor, meu supervisor de estágio. Estava bem ansiosa por este dia, pois havíamos conversado apenas por emails ou pelo wiki. Pessoalmente foi a primeira vez. Foi engraçado, pois me senti novamente aos meus 18 anos, lá no magistério quando também passei pelo estágio. Conversamos muito e fiquei muito aliviada com suas palavras de incentivo e também pelos elogios. Segundo ele estou no caminho certo. É muito bom ouvir isso de uma pessoa com uma bagagem tão rica quanto como ele. Conversamos muito sobre a minha proposta da "Leitura em família". Ele leu o caderno todo com bastante atenção. Depois me perguntou o que eu estava percebendo acerca do que já haviam produzido. Salientou que pelo que havia lido, todas as respostas estavam bem parecidas. Todas politicamente corretas. O que na verdade sabemos que não ocorre na íntegra. Disse a ele o que pensava e sobre meu objetivo principal ao propor esta atividade. Claro que levar a leitura para casa, fazer com que eles adquiram o hábito da leitura e conversem sobre a mesma, também é importante. No entanto meu objetivo principal desde o início foi fazer com que a família se reunisse, ao menos um dia no mês, sentasse e conversasse, buscando conhecer um pouquinho mais sobre o outro. Deixando de lado por alguns minutos algumas tarefas, julgadas por eles tão importantes, como ver a novela ou assistir o futebol, por exemplo.
Na escola em que trabalho ouço muitas colegas reclamando da ausência dos pais na vida escolar dos filhos. Dificilmente os pais aparecem quando são chamados devido algum problema. Mas pensando bem percebo que os pais foram excluídos da escola pela própria escola. Por exemplo: as filas de entrada são feitas na quadra esportiva que é cercada, então eles não tem acesso ao interior da escola. Buscamos as crianças na fila, falamos rapidamente com alguns pais, pois não podemos demorar já que há uma ordem de saída da quadra, e atrapalhamos todo o andamento se demorarmos. A festa junina que era aberta a comunidade foi encerrada, pois dava muito trabalho. Agora é realizada uma festa no horário de aula onde só entram os alunos. O chá das mães que era um grande evento não acontece mais. Então no sábado pela manhã organizamos apresentações, tudo muito rápido, pois todos querem ir embora logo. O passeio para expointer também foi cancelado, pois nenhum professor queria mais ir junto, pois é muito cansativo. As mães do Conselho escolar, escolhidas à dedo, são convidadas a participar da eleição as que não encomodam. Vou parar por aqui, pois a lista é grande. Ao meu ver a escola deveria ser um ponto central em uma comunidade. Um local onde todos pudessem participar e ter acesso. E não ser chamado apenas quando seus filhos fazem algo de errado, como acontece. Como já escrevi em outros trabalhos, a comunidade não se sente como parte integrante e funddamental da escola. E foi exatamente os professores que se incumbiram de passar esta ideia.
No meu projeto de estágio, propuz exatamente isto: resgatar a participação dos pais na escola. Ao menos da minha turma. Lancei nesta semana um convite aos pais, para que estes viessem para escola e assumissem meu lugar, propondo alguma atividade pedagógica com os alunos. Já obtive algumas respostas e estou bem confiante. Se conseguir um candidato já me dou por satisfeita. Tenho consciência que não mudarei tudo tão rápido.Ao ouvir o relato da mãe no conselho de classe sobre a leitura em família, como citei na postagem anterior, me fez perceber que já atingi meu principal objetivo nesta atividade. Claro, por enquanto foi só uma família, ao menos que eu saiba. Mas não temos como subir uma grande escada senão pelo primeiro degrau. Um eu já subi. Não desisto enquanto não chegar no topo.

Um comentário:

mauranunes.com disse...

Isso Adriana, aos poucos vamos atingindo os objetivos, com paciência e perseverança. O que não podemos fazer é nos omitir, deixar de fazer aquilo no que acreditamos e falar/mostrar isso a quem está próximo de nós! Belo trabalho. Bjs,Maura - tutora do SI